Newsletter do Fórum Hospital do Futuro | 5/2025 (mensal) Maio 2025

Por Paulo Nunes de Abreu, co-fundador Digital Health Portugal e Fórum Hospital do Futuro (subsreva no LinkedIn)

• Facebook
• YouTube
• LinkedIn
• WhatsApp
• Twitter

A recente transformação do panorama político português, marcada pelo fim do bi-partidarismo e pela ascensão de novas forças, constitui um claro sinal para todos os setores da sociedade: chegou o momento de repensar os modelos de governação. O sistema tradicional, assente em decisões centralizadas e decretos impostos de cima para baixo, já não responde à complexidade dos desafios atuais nem às expectativas de uma sociedade cada vez mais exigente e plural.

No setor da saúde, este alerta é particularmente relevante. A governação dos hospitais e do sistema de saúde exige hoje uma abordagem colaborativa, capaz de integrar as visões e competências dos diferentes stakeholders – profissionais de saúde, doentes, administradores, parceiros tecnológicos e sociais. Gerir por decreto, ignorando a diversidade de interesses e conhecimentos, só perpetua bloqueios e ineficiências.

As mudanças políticas que agora se desenham em Portugal abrem uma janela de oportunidade para adotar modelos de governação mais participados. É tempo de envolver ativamente todos os atores do sistema na tomada de decisão, promovendo a co-responsabilização e a valorização do conhecimento de cada um. Só assim será possível construir soluções robustas, inovadoras e sustentáveis para os desafios do futuro.

O Fórum Hospital do Futuro defende que a saúde do país passa por uma governação mais aberta, transparente e colaborativa. O exemplo da política nacional deve inspirar o setor da saúde a abraçar a mudança, promovendo a participação e o diálogo entre todos os que fazem parte da solução. Só desta forma conseguiremos garantir um sistema de saúde à altura dos desafios do século XXI.

Think Tank SNS de Contas Certas, Saúde Sustentável

O trabalho desenvolvido no IV Plenário do SNS de Contas Certas demonstra que é possível reunir diferentes visões e conhecimentos para definir recomendações práticas e inovadoras, capazes de responder aos desafios do presente e do futuro.

Essas recomendações, fruto do debate e da participação ativa de todos os stakeholders, serão agora solidificadas num Livro Verde. Este documento não só reflete o consenso e o compromisso coletivo, como serve de referência para uma governação mais inclusiva, transparente e eficaz no Serviço Nacional de Saúde.

Acreditamos que este é o caminho certo: envolver todos os que fazem parte da solução, promover o diálogo e a coresponsabilização, e construir políticas públicas robustas e sustentáveis. O exemplo do SNS pode e deve inspirar outras áreas da administração pública, mostrando que a mudança é possível quando todos são chamados a participar.

Aproveitemos este momento de viragem política para reforçar a governação participada e para garantir que o futuro do SNS seja desenhado por todos e para todos.

Principais Transformações Propostas

• Integração de Cuidados e Digitalização: A criação de sistemas de informação integrados permitirá uma comunicação mais eficiente entre hospitais, unidades locais de saúde, farmácias e autarquias, facilitando a coordenação dos cuidados e reduzindo redundâncias. Esta abordagem promove uma prestação de cuidados mais articulada e centrada no doente,
• Sustentabilidade Financeira e Modelos de Financiamento: O desenvolvimento de modelos de financiamento inovadores, que incentivem a integração de cuidados e eliminem redundâncias, é fundamental para garantir a viabilidade financeira do SNS. A transparência e o uso eficiente dos recursos são pontos-chave para a sustentabilidade a longo prazo.
• Gestão e Retenção de Talento: A valorização dos profissionais de saúde, através de planos de carreira claros e do reconhecimento do seu contributo, é essencial para motivar e reter talentos no SNS. Esta medida contribui para a estabilidade e qualidade dos serviços prestados.
• Papel das Autarquias na Saúde Local: O reforço do papel das autarquias na promoção de estilos de vida saudáveis e na implementação de políticas adaptadas às necessidades das comunidades locais permite uma resposta mais próxima e personalizada. A descentralização e a capacitação local são fundamentais para uma gestão mais eficaz e participada,
• Inovação na Governança e Participação Cidadã: A promoção de abordagens que incentivem a participação dos cidadãos e a transparência nos processos decisórios fortalece a confiança no sistema e assegura que as políticas respondam às necessidades reais da população.

Leia aqui mais sobre as nossas conclusões.

Cardiff e Dubai recebem o Health Data Forum este outono

Neste outono, o Health Data Forum lança dois encontros exclusivos para líderes, decisores e inovadores na área da saúde digital. Longe da agitação de grandes feiras como a HIMSS, estes eventos privilegiam o impacto prático e a qualidade das interações.

🗓️ Cardiff, País de Gales | 25–26 de setembro de 2025 🏟️ Global Hybrid Summit – “Driving Change through Data Insights” Com lugar no emblemático Principality Stadium, este encontro híbrido promete experiências imersivas com workshops, debates práticos e partilhas de boas práticas sobre como transformar dados em decisões de saúde mais inteligentes e humanas.

🗓️ Dubai, EAU | 4 de novembro de 2025 🏛️ Executive Think Tank – “RWE: Transforming Healthcare Decision-Making” Este retiro estratégico, reservado por convite, reunirá líderes europeus e da região MENA para discutir o papel da Real-World Evidence na transformação da inovação em saúde e na elaboração de políticas mais eficazes.

🚀 Porquê participar? ✔️ Eventos mais pequenos e focados — com mais profundidade do que dimensão ✔️ Ligação direta com líderes e especialistas ✔️ Conteúdo acionável e centrado em resultados reais

🌐 Saiba mais e garanta o seu lugar: https://healthdataforum.org

💬 A revolução dos dados em saúde não acontecerá sozinha. Junte-se a quem está a liderá-la.

Portugal pode (e deve) ser um hub global de inovação em saúde digital

No seguimento do nosso Online Kickoff 2025, onde reunimos líderes, fundadores de startups, investigadores e representantes do setor público e privado, emerge uma mensagem clara: é tempo de consolidar a estratégia nacional para a transformação digital da saúde em Portugal. E isso só será possível com um ecossistema mais eficiente, colaborativo e internacionalizado.

Portugal tem os ingredientes certos: talento, startups inovadoras, instituições académicas de excelência, boas infraestruturas digitais e um setor da saúde com vontade de mudar. Falta, no entanto, uma visão coerente e mecanismos de articulação estratégica entre os vários agentes. É preciso desbloquear o potencial do ecossistema com base em três prioridades essenciais:

1. Colaboração efetiva entre startups, instituições públicas e setor empresarial. As startups não podem continuar isoladas ou dependentes de pilotos sem continuidade. É urgente criar pontes para que as soluções tecnológicas sejam escaladas com impacto.
2. Eficiência na adoção tecnológica e na regulação inteligente. A complexidade burocrática e a fragmentação institucional travam a inovação. Precisamos de ambientes de testes (test beds) robustos e de um alinhamento claro entre reguladores, financiadores e utilizadores.
3. Internacionalização do ecossistema e reforço da marca-país em saúde digital. A participação portuguesa em redes europeias e eventos globais é essencial para ganhar escala e atrair investimento. A visibilidade internacional deve ser uma prioridade política.

O pequeno-almoço de CEOs e Fundadores organizado pela Digital Health Portugal permitiu aprofundar este diagnóstico e lançar propostas concretas, com base no “Green Paper” publicado após o nosso Online Kickoff. As conclusões apontam para a urgência de implementar uma Rede Nacional de Centros de Excelência em Saúde Digital e para a necessidade de uma agenda de capacitação transversal que envolva decisores, profissionais e cidadãos.

Num momento em que Portugal precisa de exemplos concretos de modernização do Estado, a transformação digital da saúde pode (e deve) ser uma bandeira. Mas para isso, precisamos de líderes com visão e coragem para sair da retórica e passar à ação.

Seguimos com o compromisso da nossa plataforma cívica: ativar o Manifesto de Saúde Digital com propostas construtivas, escuta ativa e mobilização colaborativa.

Nasce uma nova cimeira internacional com sede permanente em Portugal!

Foi com enorme entusiasmo que, no encerramento do Smart Cities & Digital Health Summit, em Lisboa, anunciámos oficialmente a realização da Lagos WellTech Summit – Cimeira Internacional de Saúde, Turismo, Bem-Estar e Inovação Digital, que terá lugar de 10 a 12 de março de 2026, na cidade de Lagos, no Algarve.

Este novo evento resulta da forte parceria entre a Digital Health Portugal e a Câmara Municipal de Lagos, e o patrocínio fundador da W4M Digital Solutions e Spidalg, com o propósito de colocar Portugal no centro do diálogo global sobre a transformação digital da saúde e o futuro do turismo de bem-estar.

Uma cimeira pensada para gerar impacto:

✔️ Sede permanente em Lagos

✔️ Envolvimento ativo de países como Canadá, Luxemburgo e Cabo Verde

✔️ Ligação estratégica ao Dia Mundial do Rim (11 de março) e ao Dia Mundial contra o Sedentarismo (10 de março)

✔️ Intervenções de referência em saúde pública, turismo de saúde, inovação tecnológica e prescrição social

👥 A Lagos WellTech Summit reunirá decisores, empresas, investigadores e profissionais de todo o mundo num ambiente de diálogo colaborativo, centrado na experiência do paciente e na inovação com propósito.

📌 Marque na agenda: 10 a 12 de março de 2026 – Lagos, Portugal

🌐 Em breve, mais novidades em: https://www.digitalhealthportugal.eu